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23/08/2012

SERVIÇO PÚBLICO: O princípio do princípio (8)

[Continuação de (1), (2), (3), (4), (5), (6) e (7)]

Os dados do Boletim Estatístico do BdP publicado na 4.ª feira confirmam a evolução positiva da balança de pagamentos no 1.º semestre, com o défice a reduzir de 8,5% para 1,8% do PIB, devido principalmente à melhoria da balança corrente, já patente nos dados do INE sobre a balança comercial aqui citados.


Sabendo-se que a nossa dívida externa pública e privada foi alimentada durante várias décadas pelos défices das contas externas só pode concluir-se que para resolver os nossos problemas graves de endividamento é indispensável melhorar estas contas. É o que está a acontecer.

É o que está a acontecer mas devido à dinâmica do endividamento este continuará a aumentar durante anos, a menos que uma improvável aceleração do crescimento invertesse mais rapidamente a tendência. É visível no diagrama seguinte que o endividamento do país é sobretudo do sector privado embora, este esteja a ajustar-se mais rapidamente e a estabilizar. Ao contrário, o endividamento do sector público continua e continuará a aumentar por força dos sucessivos défices orçamentais.

Por isso e como, por diversas vezes, se tem previsto no (Im)pertinências, é muito alta a probabilidade da reestruturação da dívida pública se tornar inevitável, como não é negligenciável a probabilidade de saída da Zona Euro, sozinhos ou acompanhados ou pelo seu desmantelamento.

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