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16/03/2013

Presunção de inocência ou presunção de culpa? (12) - José Sócrates, um chavista frustrado

Quando menos se espera, aparece mais uma ponta solta dos múltiplos casos em que José Sócrates esteve envolvido. Desta vez, é o caso TVI, numa entrevista à revista Tabu do jornal SOL, Octávio Ribeiro, director do Correio da Manhã, confirma as manobras de Sócrates para controlar a comunicação social. Felizmente para a democracia em Portugal, ele não teve o sucesso do seu amigo Coronel Hugo Chávez.

«Mais tarde voltou a falar de pressões, mas do Governo Sócrates.

Quando começo a ter acesso a algumas das escutas do Face Oculta apercebo-me que não era só a TVI que ia ser comprada. O CM também. Houve uma fase negra em Portugal em que, com o apoio da banca, se ponderou fazer grandes negócios na comunicação social que não visavam o objecto de negócio, mas sim mudar direcções e silenciar.

O que pensa de Sócrates?

Entre 90 e 91, ao fim-de-semana tinha RTP e durante a semana Semanário e RR. Nesta altura, António Guterres apresenta-me uma jovem promessa. E, de facto, ele tinha um estar que contrastava: não usava gravata, dizia palavrões, era pouco mais velho do que eu e trabalhava imenso. Já como líder do PS faço-lhe a entrevista que antecede a queda de Santana Lopes, com o título: 'O PS está pronto para governar'. Logo a seguir dá-se a decisão de Sampaio. Numa primeira fase conversávamos muito, trocávamos impressões de forma aberta, ainda eu era director-adjunto. Em 2007 ele faz-me um convite que achei que o primeiro-ministro não podia fazer.

Que convite foi esse?

Para substituir o José Eduardo Moniz na TVI. Ele diz que não sabia de nada do que se estava a passar, mas em Fevereiro fez-me esse convite. Quatro meses antes. Disse-lhe que não estava disponível e a relação acabou.

Sócrates quis dominar a comunicação social?

Completamente. Tinha essa vertigem. Denunciei isso muitas vezes em editoriais. Uma vergonha. Não é um democrata. É um tipo colérico quando é contrariado. Depois desse almoço na Travessa - e uma coisa estranha é que o restaurante estava cheio, mas todas as mesas à nossa volta estavam vazias, portanto presumo que ele não marcava apenas uma mesa, mas um quadrado -, acho que nunca mais falámos.»

2 comentários:

Unknown disse...

Como sempre, estas declarações e entrevista, não suscitaram qualquer interesse e passaram ao lado das manchetes nos jornais, dos alinhamentos de noticiários na rádio e telejornais.

Simplesmente, não tem relevância jornalística...

Anónimo disse...

Mas porque demorou Octávio Ribeiro tanto tempo a denunciar esta situação? Sócrates só chegou tão longe porque encontrou sempre este tipo de conivência, de pessoas que não tinham coragem para o denunciar.