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21/03/2013

Ressabiados do regime (3) – O caso de excesso de pedigree de António Capucho

António Capucho é mais um exemplo do ressabiamento ser um péssimo conselheiro e conduzir as pessoas inteligentes a dizerem e fazerem coisas estúpidas.

Depois de ter deixado hibernar durante alguns meses a saga do governo de perdição nacional, Capucho em pouco dias ressuscitou-a e desdobrou-se em declarações e apelos a Cavaco Silva para tomar posição e convocar o Conselho de Estado. Ao ionline, Capucho, qual oráculo, antecipa a inconstitucionalidade do OE 2013 e, perante o que considera a falta completa de credibilidade do governo, apresenta várias alternativas e entre elas o bendito governo de perdição nacional. Também parece ter falado à Rádio Renascença no mesmo sentido.

Vou repetir-me, sublinhando não me lembrar de Capucho ter quebrado o silêncio prudente durante os 6 anos de governos chefiados por um dos políticos com menos escrúpulos que Portugal já teve, governos que arruinaram o país, sem que isso aparentemente lhe tivesse tirado o sono.

E reformulando o que, no mesmo sentido, defendeu outro ressabiado - Freitas do Amaral -, que disse ou o Governo muda de política ou «o país muda de Governo», acrescento: não menos importante seria o país mudar de elites que só souberam amontoar dívida e quando se trata de a pagar são contra o aumento dos impostos, a redução dos salários, a redução das reformas, os despedimentos, ou sejam são a favor da manutenção ou aumento da despesa, despesa que, por um milagre nunca acontecido em 40 anos irá desencadear um círculo virtuoso de crescimento, ou, mais exactamente, iria se alguém emprestasse mais dinheiro além do estritamente necessário para pagar as dívidas.

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