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01/11/2013

Mitos (146) – O TARP foi a socialização dos prejuízos (5)

Outros exemplos do mesmo mito: (1), (2), (3) e (4)

O mito em causa, muito carinhosamente alimentado pela esquerda europeia, é o TARP (Troubled Asset Relief Program) ter sido inventado pela administração Bush para salvar a bolsa dos capitalistas da economia de casino.

Uma das empresas intervencionadas pelo governo americano, com uma participação de 80%, foi a AIG, em tempos a maior seguradora do mundo. O lucro líquido do 3.º trimestre deste ano, o 6.º trimestre com lucro depois da intervenção, aumentou para USD 2,2 mil milhões.

Em Agosto a AIG anunciou o inicío de um programa de compra de acções próprias (share buyback) que agora terminou com a compra de USD 192 milhões. Seguir-se-ão outros até ao reembolso da totalidade do capital injectado pelo governo americano com mais-valias. (Financial Times)

O que isto nos faz lembrar? O BPN, o banco cuja nacionalização, há precisamente 5 anos feitos hoje, «não custaria nada», garantiu Teixeira dos Santos, e já vai em 7 mil milhões. Teixeira dos Santos que jura agora «não me arrependo de ter nacionalizado o BPN» (*), o que permite classificá-lo como um semi-bourbon - um Bourbon que apesar de nada aprender, como os outros, tudo esquece, diferentemente do resto da família que nada esquece.

(*) Como Mário Soares, aqui muito bem lembrado pelo Blasfémias, eu diria mesmo mais: «por muito menos que isto, foi morto o Rei D. Carlos».

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