Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

20/11/2013

O tigre celta e o tareco lusitano (4) – O tigre não quis ficar encalhado

Sequela de (1), por sua vez sequela de O rugido do tigre vs o miado do gato, de (2) e (3)

Para se perceber melhor porque decidiu a Irlanda sair do programa de resgate directamente para o financiamento nos mercados, ajuda saber as razões de recusa do programa cautelar (que ninguém sabe exactamente o que seja, recorde-se). Michael Noonan, o ministro irlandês das Finanças, explica que «tinha este medo de poder acabar em Bruxelas, às três da manhã, lá para Dezembro, com um caso de sucesso a ser transformado numa espécie de crise irlandesa, porque alguns países teriam que fazer passar a decisão nos seus parlamentos nacionais. … Vi o processo de tomada de decisões aqui sobre assuntos que pareciam razoavelmente claros acabar por ficar encalhado».

Encalhar não seria certamente para nós um problema. É a nossa especialidade. Repare-se a luxúria com que resmas de patetas de todas as especialidades e todos os quadrantes falam e falam e falam dos programas cautelares. Para que precisaríamos de Bruxelas às 3 horas da manhã para nos encalhar?

Sem comentários: