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12/02/2016

SERVIÇO PÚBLICO: o défice de memória (17)

(Uma espécie de continuação da saga de Teixeira dos Santos)

«Em 2004... o último ano em que a dívida pública portuguesa esteve abaixo dos 60% do PIB. Pelo menos nos livros. Na altura o Estado entretinha-se a esconder o que devia nos mais variados cantos. Todos os orga1úsmos ou empresas públicas eram usados como saco para colocar mais uma despesa. Dívida essa que teve de ser reconhecida anos mais tarde o que, aliada a um Estado intrinsecamente esbanjador e a um desempenho económico dececionante lançou os níveis de endividamento público para valores perto dos 130% do PIB.

(…)

As contas são do atual Governo que estima que a dívida pública chegue finalmente aos 60% do PIB em 2054 (página 65 do relatório do Orçamento do Estado para 2016). Para que isso seja possível é ainda necessário que três fenómenos se conjuguem na perfeição. O PIB tem de crescer em média a uma taxa nominal de 3,06%, a taxa de juro nominal terá de ficar nos 3,7%, e tem que haver um excedente primário de 2,3% do PIB. Isto durante 40 anos.»

João Vieira Pereira no Expresso Diário

Este é mais um milagre anunciado à distância de 50-anos-50 por um governo que ainda não conseguiu acertar no défice do primeiro ano e que teve como antecessores nos últimos 40-anos-40 outros governos que falharam sistematicamente todas as metas e previsões, com um especial destaque para o governo socialista do ministro das Finanças Teixeira dos Santos que nos idos de 2009 começou por um défice de 2,2% para acabar em 9,1%  em 10,0%.

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