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04/01/2017

A maldição da tabuada (43) – A tabuada comunista é no sistema hexadecimal

Segundo um estudo da CGTP, a central sindical do Partido Comunista, considerando «a evolução da inflação e da produtividade ao longo dos anos», o SMN não deveria ser 557 euros, o valor agora fixado, mas pelo menos 902 euros.

Como o salário mínimo nacional em 1974 a preços correntes era de 3.300$, o que convertido a preços de 2015 (Pordata) equivaleria a 535€, e o salário mensal médio em 2014 (Pordata) era de 910€, o SMN pretendido pela CGTP equivaleria a praticamente 100% do salário médio (em 2014 era 53%).

É claro que, mantendo-se a mesma distribuição salarial, se o SMN fosse 902 euros, o salário médio seria superior a 1.700 euros e o volume total de salários dos 5,2 milhões de activos atingiria 146 mil milhões de euros e seria superior a 70% do PIB (Pordata), Ou, dito de outro modo, o salário médio deixaria de ser o salário médio e estaríamos noutro país.

A evolução da produtividade por trabalhador e hora em termos nominais que era de uns deprimentes 70% da média EU28 em 2004, em 2015 não passava de 79%, a 9.ª mais baixa da EU28 (Eurostat).

Isto faz lembrar a estória aqui contada pelo Impertinente, por coincidência passada em 1974 com um militante da Intersindical, a antecessora da CGTP, que fazendo umas contas com a mesma tabuada exigia um SMN superior ao rendimento médio.

Por que não vai esta gente fazer contas com a sua tabuada para os paraísos socialistas? Por exemplo para Cuba, que tem um salário mínimo anual inferior ao salário mínimo português mensal (fonte). Ou para a Venezuela, que tem um salário mínimo mensal equivalente a $60 (câmbio oficial) que valem $12 no mercado negro.

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