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06/09/2005

DIÁRIO DE BORDO: se eles são capazes

Não sei exactamente quando, ouvi, não sei exactamente onde, que a primatóloga portuguesa Cláudia Sousa fez, no âmbito do seu doutoramento na universidade de Tóquio, um trabalho de investigação sobre os talentos económicos dos chimpanzés.

(Admira-me que o Expresso, há meses praticando uma cruzada de exaltação dos talentos dos patrícios, ainda não se tenha lembrado de exaltar esta nossa compatriota.)

A principal conclusão desse trabalho pareceu-me ter sido que essas simpáticas criaturas se mostraram capazes de lidar com os conceitos abstractos de poupança, pelo menos quando aplicados à bóia. O estudo mostrou que esses nossos irmãos (partilhamos 98% do genoma com os manos) eram capazes de gerir com parcimónia e bom senso o excesso alimentar presente para fazer face a um futuro incerto.

Para moderar o meu entusiasmo, a patroa lembrou-me que aquelas bichezas ainda não tinha acesso ao crédito pessoal e, por isso, não seriam assim tão espertos.


Primata explicando a um humano sem plafond a importância de ser poupado

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