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09/01/2006

O IMPERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: Contributos para a Teoria Geral do Prego (6)

APS continua os Contributos, mas não já incansavelmente. O ritmo afrouxa. A pulsão criativa abranda. Faltam ainda vários capítulos. Mais tarde ou mais cedo a coisa é descoberta pelo betandwin e vão ser feitas apostas sobre o quê e o quando, ou mesmo o se - lembro o culto da obra inacabada a que APS sucumbe frequentemente, sem o látego da patroa.

(continuação de (1), (2), (3), (4) e (5))

2.1 - O pentalema

A teoria do prego permite explicar como a simples operação de pregar um prego, se for efectuado da maneira correcta, pode exaurir todo o tempo de uma vida, correndo-se mesmo o risco de prejudicar os conteúdos do primeiro e segundo problemas. Não foi fácil a sua elaboração.

A primeira dificuldade de monta resulta de o termo prego ter pelo menos 5 acepções totalmente diferentes:

- prego pode significar a meritória actividade financeira de financiar os encalacrados por via do penhor. Ninguém mais o faz, particularmente os bancos os quais se encarniçam em evitar que os ditos encalacrados lhe batam à porta, chegando mesmo à má educação e uso da força para os escorraçar das instalações;

- prego pode ter uma conotação gastronómica pois é com este termo que se designa um petisco composto por um papo seco entremeado com um naco de bife frito. Actualmente atravessa uma fase de degradação porque dada a carestia de vida o bife de vaca está a ser substituído por outras carnes menos nobres;

- prego é ainda o presente do indicativo do verbo pregar. Isto parece dizer tudo mas não diz, uma vez que este ditoso verbo tem vários significados diferentes: pregar um botão, pregar uma partida ou pregar como quem fala aos peixinhos ou a outros bichos;

- prego, também quer dizer qualquer coisa em italiano mas como tenho um amigo italiano não quero criar uma eventual qui pro quo com ele só por causa de uma mera alternativa entre cinco disponíveis. Descarto a versão italianizante do pentalema;

- prego, finalmente, refere-se a uma haste de metal afiada numa ponta e achatada na outra cuja utilidade genérica é a de ser cravado em objectos de natureza diversificada as mais das vezes sem finalidade nenhuma.

A primeira fase do desenvolvimento da teoria geral do prego será pois fixar qual a opção que será tida em conta dentro das 4 possíveis dado que uma já foi arredada do universo de opções.

Não é uma decisão susceptível de ser racionalizavél no sentido de construir um conjunto de argumentos consistente e logicamente encadeados que desemboquem numa das alternativas.

Rigorosamente sair desta fase de desenvolvimento da teoria poder-me-ia tomar facilmente o melhor dos próximos anos e acredito, com invulgar veemência, que obteria bons contributos para a teoria geral da confusão, se algum dia viesse a embrenhar-me nesse projecto. Deste modo, decidi saltar sobre esta fase, que será posteriormente revisitada, e, em detrimento de qualquer outra opção, entrar directamente na teoria geral do prego entendido como um objecto longilíneo, basicamente destinado a ser cravado num sítio qualquer.


(a tese continua)

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