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02/04/2006

SERVIÇO PÚBLICO: a cóltura não é barata (2)

O actor António Feio definiu um dia o teatro independente como o teatro a quem o estado diz «toma lá dinheiro e faz qualquer coisa».A forma superlativa do teatro independente é o teatro estatal. Por exemplo o teatro que se faz no mausoléu dona Maria II. Já aqui se escreveu sobre os 2.500 euros que custou cada espectador da «Conferência de Imprensa» de Harold Pinter.

Nesse mesmo post o Impertinências fez umas contas de merceeiro e estimou em 600 euros o custo médio por cada espectador numa temporada. Foi um exagero digno de ser classificado como aritmética de causas. É mais uma nódoa no curriculum do Impertinências.

A verdade, agora revelada no relatório do teatro dona Maria, citado pelo Expresso, é que o custo médio por cada espectador foi apenas 123 euros, o custo total pouco ultrapassou os 4,6 milhões de euros e a bilheteira conseguiu até vender uns impressionantes 143 mil euros.

Visto num outro ângulo, o que se poderia fazer com 4,6 milhões de euros? Por exemplo dar emprego a 70 boys e 30 girls (cá está a mágica proporção)? E o que será preferível? Um evento cóltural (uma peça do Pinter) ou o espectáculo de 100 aparatchiks pavoneando os fatos novos nos corredores dos ministérios?

Quem souber a resposta pode escrever para o correio impertinente. Obrigado.

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