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25/05/2006

SERVIÇO PÚBLICO: eles estão na cauda

Segundo um estudo apresentado no congresso do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, o salário médio dos utentes da vaca marsupial pública aumentou de 1.171 euros para 2.158 euros entre 1995 e 2003, isto é aumentou ao ritmo anual fulgurante de 8%. Recorde-se que 6 destes 8 anos constituíram o consolado do malogrado engenheiro (o outro).

Segundo o DN, citando acefalamente, como é costume, a papelada que lhe entregam, «o nível médio de remunerações na função pública situava-se 50% acima do sector privado em 2003». Segundo a edição 2003 do Statistical pocketbook Living conditions in Europe do Eurostat, o salário referido no estudo do sindicato era 2,5 vezes o salário médio na indústria portuguesa e 20% superior ao sector mais bem pago que é a intermediação financeira. Repito, 20% superior ao salário médio na intermediação financeira.

Apesar disso insatisfeitos, os utentes da vaca, queixam-se, pela boca do DN, de estar «na cauda da tabela, quando comparados com os seus congéneres dos Quinze». Quando os próprios citam os 4.000 euros da Irlanda, que por essa altura tinha um PIB per capita 70% superior ao português, e os 2.200 euros da Espanha, que por essa altura tinha um PIB per capita 30% superior ao português, percebe-se que os utentes da vaca estão a abusar da endémica inumeracia doméstica, e quando falam de cauda referem-se ao sítio da vaca mais próximo da exaustão de metano.

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