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25/07/2006

CASE STUDY: a falta que faz um plano tecnológico

Ray Ozzie, o cinquentão a quem a Microsoft comprou a Groove Networks, actual chief technical officer da Microsoft, escolhido o mês passado por Bill Gates para o substituir gradualmente como chief software arquitect, escreveu há 20 anos as primeiras 3.500.000 (três e meio milhões) linhas de código do Lotus Notes, uma solução absolutamente inovadora de software «cooperativo».

O que teria feito nos seus trintas o bom do Ozzie se andasse por aqui na paróquia lusitana por essa altura? Escreveria ele, como empresário das TI, nem que fosse umas linhazitas de código, fosse do que fosse, mesmo de vapourware? Não estou a ver. Provavelmente nem seria capaz de reconhecer o mais banal dos comandos da mais banal de linguagens de programação. Ficaria aliás desqualificado no meio se soubesse fazer alguma coisa de aproveitável. Seria em contrapartida um conhecedor do sistema de incentivos, dos fundos estruturais e dos restaurantes in da época (hoje quase todos fechados), usaria um lencinho no bolso, talvez, seria portador dum double windsor, quem sabe?, e falaria políticonomês, certamente.

A falta que faz um plano tecnológico.

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