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01/03/2007

DIÁRIO DE BORDO: os meus votos nas OPAs

Ainda não percebi para que tem a AdC dezenas (ou serão centenas?) de doutores, mestres, licenciados e bacharéis a lamberem resmas de papel e a remoer há muitos meses as OPAs da Sonae sobre a PT e do Millenium bcp sobre o BPI, a inventar remédios quando não há doenças e a não prescrevê-los quando as maleitas saltam aos olhos.

Só há dois pontos de vista relevantes, a saber: o do mercado e o do Impertinências. O do mercado devia ser claríssimo para toda a gente e consiste em:

a) não autorizar a OPA da Sonae sobre a PT que só reduz a concorrência;
b) obrigar a PT a desmembrar-se (lembram-se das babies Bell?);
c) autorizar a OPA do Millenium bcp sobre o BPI e deixar o mercado resolver o assunto.

Infelizmente o ponto de vista do Impertinências é bastante diferente, consistindo em:

a) incitar os belmiros, obrigar os accionistas actuais, poseurs (quase todos) enfatuados (Espíritos), verborreicos (Berardos), lunáticos (uns tristes armados em cavaleiros brancos), etc., a venderem ao preço oferecido;
b) aplaudir o extermínio que os belmiros fariam à entrada na barbacã da PT dos exércitos de carraças que as administrações anteriores deixaram agarradas à carcaça de PT, em particular a administração do Visconde Barão Doutor Horta e Costa, a Enfatuada Vacuidade do double windsor e do roupão de seda com brasão;
c) igual ao b) do mercado;
c) não autorizar a OPA do Millenium bcp sobre o BPI (é o meu banco de investimento há dez anos e os cheiros a incenso dos opantes agoniam-me);
d) obrigar o BPI a lançar uma OPA sobre o Millenium bcp;
e) aplaudir a desbeatificação que os ulrichs levariam a cabo dos exércitos de beatos que infestam o Millenium bcp.

E pronto é tudo. Não se pode estar sempre com o mercado.

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