Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

19/04/2007

SERVIÇO PÚBLICO: o milagre da contenção das despesas (2)

Em matéria de orçamento, como noutras, há os agnósticos, como o Impertinências, que não acreditando em milagres em geral, também não acredita em particular nos milagres de contenção da despesa pública conseguidos à força do aumento da carga fiscal e da redução do investimento (redução que é uma boa medida numa má política orçamental).

Há os agnósticos, espécie rara, e há os gnósticos, como o doutor Constâncio. Gnósticos, mas sujeitos a crises de fé, como é o caso intermitente deste ministro anexo (profeta Louça dixit). Apesar das suas crises de fé serem mais frequentes durante os governo PSD, deve-se-lhe a justiça de dizer que elas também têm lugar durante os governos PS.

Foi agora o caso, no Boletim de Primavera do BdeP onde, talvez sofrendo da influenza própria da estação, se afirma que a redução do défice em 2006 foi conseguida fifty fifty pela redução das despesas e pelo aumento da receita (ver o capítulo 1. Introdução aqui)

Apesar da coisa aos olhos dos agnósticos ser de uma assombrosa simplicidade, face a esta lamentável falha da fé do BdeP, o ministro das Finanças apressou-se a especular a metafísica da coisa, adiantando como possível explicação o uso de uma série do PIB.

Sem comentários: