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16/06/2007

SERVIÇO PÚBLICO: as notícias da retoma são grandemente exageradas

O que precisa a economia portuguesa para sobreviver na economia global? Competitividade, ou seja produzir bens e serviços de qualidade a um custo mais baixo do que a concorrência ou, vá lá, ao menos produzir bens e serviços simplesmente baratos.

Como produzir bens e serviços baratos? Com salários comparativamente baixos. Comparativamente com quê? Depende dos bens e serviços, mas nos dias que correm comparativamente com a China (bens desde os trapinhos de griffe até bicicletas ao preço da chuva) e a Índia (serviços qualificados como o desenvolvimento de software).

É para aí que caminhamos? Duvida-se.

Os custos nominais por hora de trabalho aumentaram 5,8% no 1.º trimestre em relação ao período homólogo do ano passado, contra 2,2% na zona euro e 3,7% na UE. A inflação homóloga de Abril foi de 2,7% contra 1,9% na zona euro e 2,1% na UE, em Maio.

Como produzir produtos e serviços de qualidade? Com tecnologia avançada e mão de obra qualificada, ou seja com investimento produtivo e com ensino que promova a excelência.

É para aí que caminhamos? Duvida-se, outra vez.

O investimento no 1.º trimestre decresceu 2,1% em relação ao último trimestre de 2006. Aliás, nos últimos 5 anos o investimento sempre decresceu, com excepção dos trimestres que precederam os Euro 2004, período em que se investiu, perdão, onde se torraram alqueires de guita nos estádios. E quanto à excelência do ensino estamos conversados. Na versão do ministério da desinstrução, está a ser conseguida com engenharias pedagógicas como a ampliação do conceito de múltiplo para adequá-lo ao «trajecto para a solução» percorrido pelos alunos.

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