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21/03/2010

O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: o jovem Barroso explicado à luz da física quântica

«Premissa: ando a ler um livro sobre física quântica e a ficar um pouco obcecado com as questões que levanta pelo que tudo o que vejo está relacionado com esse tema.

Vem isto a propósito do vídeo do jovem Durão Barroso.



As pessoas são como os fotões. Têm duas naturezas simultâneas: por um lado são ondas e por outro são partículas. O estado natural da pessoa é ser uma onda, que é muito mais cómodo. Ou seja, vai mudando de opinião sobre isto e aquilo (ou pelo menos pode mudar). Mais, tal como para o comportamento de um fotão, a sua opinião política sobre um tema muitas vezes é aleatória, nem que seja só parcialmente aleatória. E se for parcialmente aleatória, então é aleatória.

Nesse sentido, uma pessoa poder ter uma opinião política hoje e outra amanhã. Não convém mudar demasiado drasticamente nem com muita frequência por questões de aceitação social (precisamos de ser mais ou menos credíveis perante os outros), mas não vem mal ao mundo se as nossas opiniões não forem sempre as mesmas. E, sobretudo, podem mudar ao longo do tempo. Daí eu aceitar o tal conceito de esquerdismo pueril (que para alguns vai ate à fase senil: têm uma onda curta!).

Fica portanto clara a natureza ondulatória da pessoa no que se refere às suas opiniões políticas.

Voltemos aos fotões. Eles têm uma natureza ondulatória. Só que quando os observamos, não conseguimos ver a onda. Conseguimos isso sim ver a partícula. Pode parecer estranho o facto de serem simultaneamente onda e partícula, mas é isso mesmo que nos dizem os físicos deste mundo há mais de um século (Young e outros quanto à natureza ondulatória, Newton e Einstein quanto à natureza particular).

Por definição, os políticos são pessoas – pelo menos alguns deles são, os outros ficam-se pela classe dos anelídeos hematófagos (vem no dicionário o que isso é, mas para poupar trabalho informo que se trata de sanguessugas) – cuja opinião política é observada. Perdem a sua natureza ondulatória e tornam-se partículas. Convém esclarecer que estamos a falar da “opinião política” pois os vermes mantêm a sua natureza ondulatória “física”.

Ou seja, uma pessoa – ou um verme – que se tenha tornado político perdendo assim a sua natureza ondulatória, assume a sua natureza de partícula. Alterar essa natureza agora assumida seria descredibilizar todo o edifício político (não que eu seja contra isso, mas apesar de tudo preferiria ter algumas referências mais ou menos sólidas e constantes no tempo, senão caímos na anarquia completa).

Por esta razão, aceito que uma pessoa mude de opinião, mesmo radicalmente, durante a sua vida (usufruindo da sua natureza ondulatória). Já não aceito que um político mude de opinião (a não ser em detalhes) pois ao submeter-se à observação dos outros, á semelhança de um fotão, abdicou da sua natureza ondulatória e tornou-se partícula.»


[Enviado por AB e publicado sem autorização só para demonstrar que a leitura do (Im)pertinências pode ter efeitos alucinatórios]

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