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15/11/2009

ARTIGO DEFUNTO: os desígnios do jornalismo de causas são insondáveis (2)

Já me tinha surpreendido com a inesperada revelação que atingiu Nicolau Santos e se manifestou no seu premonitório artigo «O que vem aí é dantesco». Foi agora a vez de ser surpreendido por Daniel Amaral, um economista sempre cuidadosamente alinhado com o governo socialista, a uma distância prudente, registe-se. Num artigo com o curioso título «Está tudo doido», Daniel Amaral depois de ler o Relatório de Outono da Comissão Europeia dá-nos conta que o futuro é negro: «todos (1) imaginávamos uma recessão em U; a curva abriu-se e transformou-se em L - o fundo do poço por período indeterminado».

É mais um caso de aparição da Nossa Senhora da Maldita Realidade aos Pastorinhos da Economia dos Amanhãs que Cantam. Ou estou completamente enganado ou muitos outros episódios semelhantes ocorrerão nos próximos tempos com outros economistas do mesmo credo. No final, ficarão por converter Teixeira dos Santos (2) e Vieira da Silva, que são pagos para espalhar a fé, por assim dizer, acompanhados por uns quantos distraídos e uma legião de desesperados sem emprego num futuro próximo.

(1) «Todos» é um bocadinho exagerado, apesar de a fé estar bastante mais espalhada do que seria de esperar se os empregos não dependessem das opiniões.
(2) Ainda na sexta-feira, Teixeira dos Santos exultava com «um crescimento mais acentuado do que muitos analistas esperavam e, seguramente, o maior crescimento trimestral dos últimos dois anos, desde antes do início da crise, em 2007». Como o crescimento trimestral é estimado contra o deprimido trimestre anterior, é caso para dizer que estamos perante mais um exemplo de auto-estrada mexicana.

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