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28/02/2010

O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (9) – estará a espécie extinta?

As revelações das escutas do caso Face Oculta estão a alastrar como uma mancha de óleo sobre a política e o mundo dos negócios à portuguesa. Só se sabe que começou na sucata e não se sabe até onde chegará. Uma das últimas trapalhadas que emerge das escutas publicadas pelo Sol é o decreto à medida da Associação Nacional de Farmácias (ANF) que o animal feroz José Sócrates ajeitou depois de aprovado no conselho de ministro, pressionado pelos rugidos dum outro animal ainda mais feroz – o presidente vitalício da ANF. Foi mais uma entrada de leão no início de mandato ameaçando os lóbis, e muito especialmente o das farmácias, que terminou com uma saída de sendeiro, com concessões suspeitas, por processos suspeitos e por intermédio de criaturas suspeitas. Entrada de leão, como outras, por exemplo a entrada da avaliação dos professores que deu no que deu.

Outras trapalhadas desvendadas foram as manobras à volta do Taguspark que envolveram também Isaltino de Morais, num exemplo das virtualidades da traficância do bloco central no campo do negocismo parasitário.

Começa-se a duvidar que gente honrada possa ser tão estúpida ou distraída que, chegados onde estamos, ainda acredite em campanhas negras. Talvez devamos chegar à conclusão que a espécie está extinta dentro do PS.

«Este governo não cairá porque não é um edifício, sairá com benzina porque é uma nódoa.»
(Eça de Queirós)

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