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03/05/2010

Mais borrasca no horizonte

A dívida pública portuguesa a 5 anos tem actualmente um spread de quase 3% ou seja mais do dobro do spread médio dos novos empréstimos para compra de habitação a prazos médios de 30 anos. O que acontecerá à banca portuguesa quando o BCE secar as cedências de liquidez a taxas políticas e os bancos tiverem de se financiar nos mercados a taxas iguais ou superiores às da dívida pública?

Entretanto, o estado português empresta 2 mil milhões à Grécia a somar aos 7,4 mil milhões de exposição da banca portuguesa à dívida grega, parte dos quase 50 mil milhões de exposição da banca à dívida dos PIGS.

Ao mesmo tempo, o BCE anuncia  a aceitação, independentemente da notação, da dívida grega como colateral nos empréstimos à banca que continuarão durante mais algum tempo a pedir a curto prazo ao BCE a taxas que são uma fracção das taxas que o estado grego lhes paga pela dívida de médio-longo prazo. Ainda recentemente a esta prática e à incongruência do funding dos empréstimos à habitação chamava-se asset-liability mismatch, capaz de gerar falta de liquidez, no mínimo, ou a bancarrota, no máximo, e considerada de alto risco.

Enquanto isso, o governo delira com o TGV e mais estradas no país com a 9.ª melhor rede rodoviária do mundo.

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