Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

10/09/2010

CASE STUDY: as falhas dos analistas são maiores do que as imperfeições dos mercados

Um estudo recente da McKinsey, cobrindo o período 1985-2009, torna evidente a sobreavaliação sistemática das previsões de rentabilidade das acções pelos analistas financeiros as quais foram em média o dobro das rentabilidades reais. Curiosamente, as previsões dos analistas parecem as do engenheiro Sócrates: são imunes à conjuntura, em particular à recessão, e constituem exercícios de optimismo delirante.

Em contrapartida, os rácios PER (price-to-earning), que relacionam a cotação com o ganho da acção (valorização mais dividendo) e reflectem a apreciação dos mercados, têm sido 25% inferiores aos rácios implícitos nas previsões dos analistas. É natural. As cotações são o resultado de incontáveis decisões de investidores que arriscam o seu dinheiro (ou parte dele, no caso de quem gere carteiras de terceiros) e as previsões são decisões de analistas arriscando apenas a sua reputação umas vezes não cotada e outras não valendo nada.

Sem comentários: