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13/09/2010

O que é bom para o governo parece ser bom para a banca. Mas será bom para o país?

A coisa é simples. O governo emite dívida pública a taxas crescentes que na última emissão quase atingiram 6%. Parte significativa dessa dívida é comprada pela banca portuguesa. Onde vai a banca portuguesa buscar dinheiro para emprestar ao Estado? Ao BCE, pois claro, dando como colateral (garantia) a dívida pública comprada ao governo e pagando um juro que pouco ultrapassa 1%. Há uns pequenos pormenores pelo meio (como por exemplo o completo incongruência entre os prazos das OT e BT que a banca compra ao governo e os empréstimos de curtíssimo prazo do BCE à banca), mas no essencial é um grande negócio. Com um funding destes (50 mil milhões de empréstimos do BCE ou 1/7 dos depósitos), percebe-se que a banca pague aos seus clientes um juro miserável nos depósitos a prazo. Com aplicações destas, percebe-se também que a banca esteja pouco disponível para financiar o investimento privado.

Não admira que o chefe dos Espíritos seja o homem mais poderoso na economia portuguesa, ainda mais poderoso do que José Sócrates e do que o pai da engenheira Isabel dos Santos, o que não é dizer pouco.

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