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25/04/2011

Depois da alucinação, a queda violenta no mundo real de um pastorinho da economia dos amanhãs que já não cantam

[Continuação desta alucinação]

A semana passada Nicolau Santos quis envergonhar os senhores que nos humilham, inspeccionando-nos as cuecas contabilísticas borradas, com os nossos prémios de arquitectura. Esta semana caiu na real, como dizem os brasileiros, que sabem muito bem o quanto é difícil, e produziu um artigo no caderno de Economia do Expresso com um título aterrador: «Querem a verdade? Ei-la

Depois de uma entrada em que, como bom praticante do jornalismo de causas, lamenta suspender momentaneamente o exercício de animação a que se dedica há anos, enumera as coisas agradáveis que a miséria das dívidas nos vai impedir de usufruir (desde as férias em sítios exóticos até comprar patés), e escreve: «o mais dramático é que chegámos aqui não por acaso, mas por uma tendência perfeitamente clara e definida».

Em vão, procurei no resto do texto uma explicação para o excelso jornalista económico só ter percebido há poucos meses a «tendência perfeitamente clara e definida» cujo início que ele próprio situa na década de 60.

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