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20/06/2011

DIÁRIO DE BORDO: So far so good (2)

[Continuação de (1)]

Já esclareci serem baixas as minhas expectativas relativamente ao novo governo, apesar de incomensuravelmente mais altas do que as que tinha em relação ao anterior.

Olhando para os 12 indigitados ministros, incluindo o PM, parece haver só um terço de profissionais da política. Os restantes têm uma vida, digamos assim.

Com excepção de Paulo Portas (social-centrista mutante em que não aposto, esclareço já), três têm uma experiência governativa limitada e todos os outros não têm nenhuma. Concluo que no conjunto a responsabilidade deste governo pelo estado em que nos encontramos é também limitada. A sua falta de experiência na condução do país para a falência alivia-me.

Não há representantes do baronato PSD e em particular da tralha cavaquista, co-responsável pela desgovernação das últimas décadas e pelo atrelar deste partido à causa do cavaquismo.

Os ministros das finanças e da economia aparentemente não fazem parte dos lóbis da banca do regime, do betão do regime e, em geral, não parecem ter ligação ao complexo político-empresarial socialista.

Tudo razões que, por agora, me reconfortam.

Premonição (ou, talvez melhor, pré-munição):
Parece que estou a ouvir o bullshit da intelectualidade bem pensante, uns a apontarem o dedo aos falcões neo-liberais (onde estão eles que bem falta fazem?) e outros a queixarem-se da falta do primado da política, como se tratar de reduzir a despesa pública (isto é o tamanho do estado napoleónico-estalinista), o défice e a dívida pública pletóricos, que estão a transformar o país num protectorado franco-alemão, não fosse eminentemente político.

Ah, já quase esquecia:
Este governo não tem cromos nascidos nos 40s e nos 50s.

Declaração de interesse:
Sou um cromo nascido nos 40s.

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