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05/07/2011

DIÁRIO DE BORDO: So far not so good (5)

Custa mais perceber enfiar a privatização da RTP para debaixo do tapete, empurrando-a para as calendas gregas por pressão do lóbi SIC/TVI, aparentemente representado por Paulo Portas, do que o imposto extraordinário de 50% do 13.º mês. Desde logo porque a privatização da RTP permitiria poupar quase um milhão de euros por dia e, last but not least, fecharia a principal câmara de eco dos sucessivos governos, limitando assim o papel do Estado na comunicação social e os meios disponíveis para a manipulação mediática.

Quanto ao imposto extraordinário, Passos Coelho tinha a obrigação de ter percebido da sua necessidade e, consequentemente, sendo assim, tinha a obrigação de não escamotear essa pressuposta inevitabilidade durante a campanha. Gastou alguns dos créditos que aqui lhe concedemos, ainda que não se esteja a ver como se atingiria sem isso o objectivo do défice do MofU. De facto, sabe-se (contas de João Duque no Expresso) que o acréscimo da dívida de Dezembro a Maio foi de 7,5 mil milhões ou seja quatro vezes a média de 10 anos para o mesmo período, acréscimo que fez a dívida até Maio ultrapassar o limite autorizado no OE para todo o ano de 2011.

Evidentemente que a privatização da RTP com a sua poupança de 300 milhões/ano não dispensaria encontrar outras medidas de redução da despesas e/ou de aumento da receita quando se sabe que o défice no primeiro trimestre derrapou quase 2% do PIB, o que a continuar representaria no final do ano um desvio superior a 3 mil milhões.

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