Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

17/02/2012

O neoliberalismo, as agências de rating, dona Merkel, a troika e Passos Coelho induzem mais cinco crimes

Primeiro, o consumismo induzido pela mão invisível da economia de casino compeliu Francisco Esperança a alegadamente desviar há alguns anos 130 mil euros do banco onde trabalhava. Vítima da sociedade materialista onde só o dinheiro interessa, com a sua vida transtornada por uma injusta prisão, com o banco à perna, Esperança foi levado a viver acima das suas magras posses e a endividar-se cada vez mais. Até ao ponto em que o banco ameaçou vender-lhe os bens em hasta pública.

Sob a pressão do banco, Esperança perdeu a esperança. Que fazer?, terá pensado. Do pensamento à acção foi um ápice: alegadamente desbastou à catanada a alegada mulher, a alegada filha e a alegada neta. Capturado e encarcerado desumanamente na penitenciária, Francisco, o alegado homicida, «ter-se-á (alegadamente?) enforcado durante a noite, supostamente com uma peça de roupa, mais especificamente terá usado os lençóis da cama».

São cinco crimes, um desvio e quatro mortes. É alegadamente certo que foi a mão de Esperança, mas será culpa dele ou Esperança terá sido apenas uma vítima? As opiniões dividem-se. Se for vítima, será vítima de quem?, perguntareis. Da sociedade? Essa já não pega. Dos suspeitos do costume, evidentemente. De quem mais haveria de ser?

(Para os detalhes ler a estória aqui e aqui)

Sem comentários: