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09/05/2012

ESTÓRIA E MORAL: Esquerdismo senil (outra vez)

Estória

Nos anos 20, Lenine escreveu «Esquerdismo, doença infantil do comunismo» para combater as ideias radicais, sobretudo dos comunistas alemães inspirados por Rosa Luxemburgo, Karl Liebknecht e Wilhelm Pieckum, entretanto assassinados.

O Dr. Mário Soares na sua juventude terá sido comunista ou, na versão oficial, membro do MUD, uma das organizações frentistas que o PCP criou no pós-guerra. Na sua maturidade combateu o Partido Comunista e as suas tendências golpistas durante o PREC. Na sua velhice, com quase 90 anos, tem-se aproximado das teses do esquerdismo como mostrou, mais uma vez, na entrevista publicada ontem pelo ionline onde anuncia novos amanhãs que cantam com a eleição de François Hollande e defende que o PS deve descomprometer-se com o MoU que assinou com a troika.

Nada mau para quem tem no currículo como primeiro-ministro a assinatura de dois acordos com o FMI em 1977 e 1983 e, quando acabou o dinheiro, terá dito que teríamos de meter o socialismo na gaveta - ele nega tê-lo dito, mas a verdade é, dizendo-o ou não, lá o colocou.


Moral

À luz da vivência do Dr. Soares, Lenine, se ainda por cá andasse, teria escrito um outro opúsculo «Esquerdismo, doença senil do comunismo».

É mais uma demonstração, como já escrevi, da sabedoria não decorrer necessariamente da idade. A única coisa que decorre necessariamente da idade são as artroses.

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