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14/08/2012

Um dia como os outros na vida do estado sucial (6) – dos subsídios para os excluídos até aos anéis para os estrangeiros, passando pelos papéis dos submarinos

O secretário de estado da Solidariedade e da Segurança Social disse que vai propor «para o próximo QREN um aumento de nove para 20 por cento na verba do Fundo Social Europeu para programas de inclusão social». Deve fazê-lo a correr antes que o desmantelamento da Zona Euro torre o último cêntimo disponível para ajuda aos excluídos.

Enquanto não chegam as verbas para a inclusão social, os excluídos empregados nos portos entraram em greve contra a revisão do regime jurídico do trabalho portuário. Dizem os seus sindicatos que «actualmente, os trabalhadores portuários executam todo o tipo de tarefas até ao momento em que a carga embarca no navio. Com a reforma, o Governo quer que os trabalhadores portuários façam apenas o trabalho a bordo.» Todos nós gostaríamos de perceber o que significa isto em portos em que a quase totalidade da carga é contentorizada ou a granel. Seja como for, para já a justa luta é muito oportuna para ajudar a resolver os nossos problemas de comércio externo.

O procurador-geral da República Pinto Monteiro diz que se perderam os papéis do concurso público para compra dos submarinos aprovado no já longínquo ano de 1998 pelo governo de Guterres. Compra que na Alemanha foi julgada envolver corrupção pela qual foram condenados administradores da Ferrostal. Ainda recentemente Pinto Monteiro dizia que não havia dinheiro para investigar o caso dos submarinos, o governo negava existir qualquer pedido de verba para perícias relacionadas com o caso e Cândida desmentia Pinto Monteiro. Há corruptores condenados na Alemanha por corrupção em Portugal e na Grécia, mas só corrompidos condenados na Grécia. Em Portugal a justiça procura os papéis ou, mais exactamente, irá procurá-los depois de umas merecidas férias.

Entretanto, aumentámos as exportações de ouro de 2,9 milhões no 1.º semestre de 2007 para 382 milhões no mesmo período deste ano. Vão-se os anéis e ficam os dedos, por agora.

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