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11/10/2012

NÓS VISTOS POR ELES: Pede-se muito ao governo

Já muitas vezes se escreveu no (Im)pertinências que os portugueses deveriam prestar mais atenção ao que os estrangeiros pensam de nós, particularmente os estrangeiros que se sentem dispensados de nos engraxar o ego porque não nos julgam uns patetas incapazes de enfrentar a realidade, como outros julgam (se calhar com razão).

Fiquemos a saber o que Ove Thorsheim, o embaixador norueguês, tem para nos dizer:

«É muito importante para nós que a economia portuguesa se desenvolva. Acreditamos que o governo está a fazer boas opções e a conseguir pôr a economia no caminho certo. Não é fácil dar a volta a uma economia num período tão curto e os desafios são muitos. Algumas das medidas adoptadas já começam a ter efeitos, mas esperar que tudo se resolva num ano ou dois é pedir demasiado.



Portugal desenvolveu para o mar uma estratégia que tenta abarcar tudo, enquanto nós não. A Noruega tem muitos recursos, mas foram as populações que, localmente, foram desenvolvendo as possibilidades que esses recursos representam. Por exemplo, temos uma indústria naval que se foi desenvolvendo à volta do petróleo. Mas isso não foi uma decisão governamental, foi um grupo de pessoas na costa do Noroeste da Noruega que decidiu avançar por aí: temos experiência no negócio dos navios de pesca, vamos agora tentar fazer navios especiais para a indústria petrolífera. E fizeram e são excelentes nisso, dominam o mercado, com mais de metade da quota mundial, estão a servir offshores no Brasil – onde os nossos investimentos são agora dez vezes superiores aos investimentos na China.

Na Noruega vamos ter com o governo para questões de saúde e educação. A minha primeira impressão é que, algumas vezes, em Portugal pede-se muito ao governo

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