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16/12/2012

DIÁRIO DE BORDO: Como explicar?

Como explicar a notável benevolência com que o nosso jornalismo de causas trata o governo de Mario Monti que tomou medidas semelhantes às do governo de Passos Coelho e com resultados não muito diferentes, quando comparamos com a aberta hostilidade e o enviesamento com que é tratado este último?

De facto, nos 13 meses que leva o governo Monti, o despedimento foi flexibilizado, os impostos foram aumentados, a idade mínima da reforma foi aumentada, o desemprego aumentou em 700 mil ou mais de 1/3, a recessão atingiu mais de 2% este ano e continuará no próximo ano e, não obstante, a dívida pública, a 2.ª maior a seguir à Grécia, aumentou mais de 4%.

Se falássemos de um concurso considerando o nível académico e intelectual e o currículo de Monti comparativamente com o de Passos Coelho, um jota de nascença, perceber-se-ia a discriminação porque são duas figuras que se movem em ligas diferentes, digamos a liga de honra e o campeonato regional. Será disso que trata por parte de gente que durante 6 anos reverenciou José Sócrates, cuja dimensão ética, académica e carácter estão abaixo de qualquer dúvida? No lo creo. É certo que Monti sucedeu a Berlusconi, ou Burlesconi como o baptizou a Economist, mas, que diabo, Passos Coelho sucedeu a Sócrates.

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