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18/12/2012

ESTADO DE SÍTIO: A doença terminal do Serviço Nacional de Saúde

Em declarações à TVI, o presidente do CA do Hospital S. João do Porto, o melhor hospital português em várias especialidades, revelou que «cada cirurgião faz em média uma cirurgia por semana, … o cirurgião que fez maior número de cirurgias por ano no hospital fez 543, fez 12 por semana. O cirurgião com menor número de cirurgias, e que fez cirurgias, fez duas. Há 30 que nunca foram ao bloco… A taxa de absentismo é de 11%, isto significa que estão ausentes todos os dias, dos 5600 funcionários, cerca de 660

A reacção do líder do lóbi dos médicos não se fez esperar: «se há médicos que não trabalham, a culpa é do presidente do São João». Se inserirmos na bastonada o advérbio «também», não deixa de ser verdade que o presidente do hospital não fica bem no retrato.

Seja como for e independentemente do passa-culpas, o que definitivamente não fica bem no retrato é a gestão pública do sistema de saúde cujas patentes ineficiências mostram claramente que com o mesmo dinheiro seria possível fazer muito melhor ou fazer o mesmo com muito menos dinheiro. Como? Separando a gestão pública do SNS da prestação de serviços de saúde que deveria ser feita em concorrência do sector público com o sector privado, garantindo a livre escolha do prestador pelos utilizadores.

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