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28/02/2013

Pro memoria (102) – Aonde nos conduziram os carros eléctricos de José Sócrates (II)

Em 2009 o governo de José Sócrates criou a rede nacional de mobilidade eléctrica que previa 320 locais de carregamento e 1.300 em 2012. Em 2020, segundo os planos socráticos, deveria haver 180 mil carros eléctricos e 25 mil locais de carregamento.

Três anos depois existem mais de mil postos de carregamento, a 3 mil euros por posto e a 30 mil os de carregamento rápido, para os 270 carros eléctricos existentes, a maioria deles comprados por empresas do regime, seja quase 4 postos por cada carro. Em 2012 foram vendidos menos de 50 carros eléctricos num total de 95 mil carros, ou seja 0,05%, ou. Foi um fracasso tão grande que a Nissan cancelou o investimento de 150 milhões de euros numa fábrica de baterias, anunciado por Sócrates.

Também nos Estados Unidos a aceitação foi insignificante apesar de ser vendida uma percentagem dupla da portuguesa: 10 mil carros eléctricos em 2012, representando menos de 0,1%. A duração das baterias (um Nissan Leaf roda cerca de 120 km com uma carga), o preço proibitivo (USD 12 mil) e o risco de incêndio inerente às baterias de iões de lítio são obstáculos difíceis de ultrapassar. Estão em fase de investigação células recarregáveis de lítio-ar mas a sua produção industrial a custos suficientemente atractivos vai demorar ainda muito tempo. (Ver Difference Engine: Air apparent).

Em conclusão, com uma crise que veio para ficar e sem alternativas possivelmente nos próximos 10 anos, todo o dinheiro torrado pelos governos de José Sócrates para aparecer na TV foi um completo desperdício. Podia ser de outra maneira? Não, não podia, porque um governo de lunáticos que não tem qualquer background tecnológico, nem visão para antecipar as tendências do futuro, nem experiência empresarial e nunca criou um posto de trabalho nem arrisca um cêntimo seu, só pode fazer asneiras.

[Para mais informação, ver a etiqueta carro eléctrico]

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