Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

28/04/2013

O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: As coisas que o amofinam – O princípio da incerteza

[Publicada a «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» e «As coisas que me amofinam – As teorias da conspiração», Pai Silva, o Autor, produziu mais um texto, desta vez sobre a política como instância da mecânica quântica.]

As coisas que me amofinam – O princípio da incerteza

O princípio da incerteza vem da Mecânica Quântica e é aquilo a que poderíamos chamar uma doçura, um bombom.

Graças a ele não sabemos para onde vamos se soubermos onde estamos e não temos a mínima ideia de onde estamos se soubermos para onde vamos.

Paradoxalmente, é possível construir uma ciência exacta, a tal Mecânica Quântica, com base nesta incerteza sobre o passado, o presente e o futuro, ou seja, sobre tudo.

A política, pelo menos aqui a do burgo (sobre a de outros burgos não me posso pronunciar por óbvio paroquialismo de que congenitamente sofro ou até por piores razões), tudo o leva a crer, é a coisa mais parecida com a Mecânica Quântica: não há ou não se conhece político que saiba onde está e muito menos para onde quer ir.

Todavia o que governa a política, quer para os eleitos, democraticamente ou não, quer para os eleitores democráticos ou não, é, curiosamente, um princípio anti-quântico: o princípio da certeza.

Não há, nem se conhece, um único político que não saiba onde está, nem, muito menos, para onde queira ir.

A conclusão mais notória é a de que sobre este princípio da certeza não foi possível e, tudo leva a crer, não será possível construir uma ciência exacta, ou mais rigorosamente, ciência nenhuma.

Sem comentários: