Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

21/05/2014

CAMINHO PARA A INSOLVÊNCIA: Here we go again (3)

Infelizmente, há uma lei de Murphy recorrentemente confirmada: quando uma coisa pode correr mal, vai correr mal. Uma vez mais, é o que parece poder concluir-se da SÍNTESE ECONÓMICA DE CONJUNTURA Abril de 2014 ontem publicada pelo INE.

Depois de três trimestres consecutivos a crescer, o PIB caiu 0,7% no 1.º trimestre deste ano, por razões que não têm muito a ver com as explicações do governo. É certo que se reduziram as exportações de combustíveis da GALP (paralisação técnica da refinaria de Sines); não é certo que as exportações da AutoEuropa se tenham reduzido e, em qualquer caso, o facto determinante terá sido o aumento de mais de 8% das importações.

O consumo privado (sobretudo de bens duradouros) continuou a aumentar, ao passo que a Formação Bruta de Capital Fixo registou reduções. É particularmente preocupante o comportamento da FBCF em máquinas e equipamentos que continua anémica, sendo certo que a indispensável recuperação do investimento terá a curto prazo um impacto negativo nas contas externas a somar ao aumento da importação de automóveis e bens de consumo, inevitável com o cheiro a fim de austeridade e a excitação dos animal spirits consumistas.

Estará a recuperação da economia comprometida? Não necessariamente. Mas a um ano da eleições, com o governo que começou por dizer estar nas tintas para as eleições e acabou a deixar-se condicionar pelo calendário eleitoral, as perspectivas não são famosas.

Sem comentários: