Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

10/06/2014

SERVIÇO PÚBLICO: Seria ajuizado não embandeirar em arco… (2)

Fonte: Bloomberg
Repetindo-me mutatis mutandis:

Para encontrar uma yield das OT a 10 anos inferior à do fecho de ontem (3,368%) é preciso recuar quase 9 anos até Setembro de 2005. Porém, não é caso para embandeirar em arco por várias e sensatas razões.

Desde logo porque há 9 anos as yields baixas resultavam mais do contexto dos mercados do que da confiança que a nossa situação inspirasse aos investidores. Nessa altura, o crescimento da economia era já medíocre, apesar do endividamento externo galopante, e ainda mais se à taxa de crescimento deduzíssemos a taxa de crescimento da dívida externa, como aqui fez Mário Amorim Lopes no Insurgente.

Ora se as nossas yields caíram para menos de metade desde Setembro do ano passado, nuns escassos 10 meses, isso não se deve às nossas modestas realizações, quase todas perfeitamente reversíveis a curto prazo, nem se deve às profundas reformas que não fizemos, mas deve-se à procura de aplicações rentáveis por parte dos investidores cuja percepção de risco os está a conduzir a desinvestir nos países emergentes que viveram os últimos anos à boleia do boom de matérias-primas agora em fase de esvaziamento.

Sem comentários: