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07/09/2014

CASE STUDY: MST cansou-se de estar lúcido (outra vez)

Regressado de férias, Miguel Sousa Tavares sucumbiu uma vez mais aos seus ódios de estimação pela Alemanha e pelo governo PSD-CDS (uma espécie de negativo do seu entranhado amor pelos governos de José Sócrates e pelo próprio animal feroz), que lhe toldam a lucidez já em si dificilmente compatível com a tudologia que o autoriza a perorar sobre muitas coisas das quais ignora quase tudo. É o caso da seguinte passagem da sua coluna de sábado no Expresso, passagem que é uma exemplar combinação de ignorância, pesporrência e alucinação. Ora leia-se:

«Mas este é o mesmo Governo que corre pressuroso em apoio de Schäuble, quando este, com toda a delicadeza de que os alemães são capazes, desanca o presidente do Banco Central Europeu, que teve a ousadia de sugerir que a austeridade não estava a resultar e seria altura de inverter caminho. Francamente, não consigo entender que interesse nacional descortina o nosso Governo em ver os alemães sentados em cima de um monte de dinheiro, recusando-se a abrir o seu mercado às exportações dos países sentados em cima de um monte de dívida e que, de outro modo, não têm hipótese alguma de ver a luz do sol. Não sendo por ignorância nem por masoquismo, só pode ser por teimosia e fundamentalismo ideológico.»

Qual monte de dinheiro? Os 80% de dívida pública da Alemanha? Recusam-se a abrir o mercado às exportações? Saberá MST que desde a fundação da CEE há quase 60 anos são proibidas restrições à livre circulação de mercadorias no espaço económico europeu? Tamanho dislate, «não sendo por ignorância nem por masoquismo, só pode ser por teimosia e fundamentalismo ideológico».

1 comentário:

Anónimo disse...

Prabéns à prima...
o gajo é esperto, i.e., não é inteligente. Creio que não sai à Mãe nem ao Pai. A quem sairá? Boa pergunta mefistofélica...