Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

28/09/2015

Encalhados numa ruga do contínuo espaço-tempo (48) – A nostalgia das nacionalizações

É comovedora a nostalgia que emana dos escritos do nosso jornalismo de causas a propósito das privatizações. Numa peça com o título pesado de sugestões «Acabaram-se os anéis… e os dividendos», o Expresso faz o balanço das privatizações realizadas pelo governo «mais liberal de sempre» «num mandato que ficou marcado pela perda de controlo de vários sectores por parte do Estado», controlo que esqueceram de mencionar foi adquirido com o assalto comunista-esquerdista às empresas, que se seguiu ao contragolpe militar do 11 de Março de 1975.

A nostalgia é tão grande que quando lamentam a perda dos 300 milhões de dividendos das empresas agora privatizadas que, por excepção, dão lucro, se esquecem de comparar com os 9,6 mil milhões de encaixe total da venda dos quais, se tomados como o somatório dos capitais próprios dessas empresas, resultaria um ROE miserável de 3,125% que teria levado ao despedimento colectivo dos gestores dessas empresas se fossem privadas.

Sem comentários: