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14/03/2016

Crónica da anunciada avaria irreparável da geringonça (23)

Outras avarias da geringonça.

Começo pelo recorde, extraordinário até para o PS, de 1.000-nomeações-1.000 em 100-dias-100, realização que deu a António Costa o merecido cognome de DDR - Dono Desta República (d'aprés Bernardo Ferrão).

Não é extraordinário que um governo atafulhado de soi-disant keynesianos proponha um orçamento em que o investimento público desce 5,6% em relação ao orçamento «neoliberal»?

Apesar disso, não se diga que a geringonça não tem ideias e não produz planos para desenvolver a economia. Vejam-se as 15 medidas para apoiar a criação de novos negócios previstas no Startup Portugal para apoiar o empreendedorismo. Dêem uma olhada e concordarão com o veredicto do Insurgente: «mais parecem medidas de estímulo à criação de emprego público e gastos públicos à conta de tantos lançamentos de ideias que tem que contar com legislação».

Para a ajudar o pai que é cego,  no último trimestre do ano passado a Formação Bruta de Capital Fixo diminuiu 0,9% em termos homólogos, principalmente devido à componente em «Outras máquinas e equipamentos» que caiu 10,3% em termos reais.

Continua a saga do Plano B, que na verdade são apenas as medidas adicionais que a CE impõe/sugere (cortar conforme o gosto) ao governo da geringonça para o orçamento não derrapar. E fazem-se ouvir os avisos de Wolfgang Schäuble, o führer alemão das finanças, para o governo de Costa tirar a cera dos ouvidos e escutar «os avisos da UE».

Ainda o orçamento de 2016 não está fechado e já se perfila ao virar da esquina um orçamento rectificativo, ou talvez mais do que um. E para 2017 ainda será seria necessário aplicar o saldo de promessas ao povo e os compromissos com os parceiros da geringonça.

A esta quadratura do círculo ainda há que adicionar «programas nacionais de reforma ambiciosos, onde os países podem explicar como pretendem responder aos desequilíbrios macroeconómicos» de que Valdis Dombrovskis não se esquece.

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