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13/04/2016

A defesa dos centros de decisão nacional (17) – Contra a estrangeirização em geral e a espanholização em particular

Porquê? Porque sim. Porque só com a lavoura portuguesa, a indústria portuguesa, os serviços portugueses, e em particular a banca portuguesa, Portugal se pode desenvolver. E ainda melhor se for Nosso, do Povo. Quereis exemplos? Lembrai-vos do pós 11 de Março quando o patriótico MFA decidiu nacionalizar a banca, os seguros, os grandes grupos económicos, o capital monopolista, etc., tudo por junto representando um terço da economia. Lembrai-vos do surto explosivo de desenvolvimento que se seguiu, só interrompido por dois resgates do FMI em 1977 e 1983.

Depois vieram as privatizações promovidas pelo neoliberalismo do Dr. Cavaco e mais tarde do governo de Passos Coelho que foi para além da troika. E agora? Agora quase só nos restam os transportes públicos concessionados ao PCP e, claro, a Caixa Geral de Depósitos, que com as suas perdas acumuladas de 2,5 mil milhões em 7 anos e com os seus mil milhões de créditos malparados (já reconhecidos, porque estarão debaixo do tapete muitos mais) ajudou imenso a lançar e manter negócios inviáveis com créditos aprovados por critérios político-patrióticos sem os quais o país não seria o mesmo.

Sim, porque não queremos ficar como um daqueles países que alienaram a sua indústria automóvel aos indianos e alemães, os seus aeroportos aos espanhóis, a sua energia aos franceses e chineses, uma parte importante da banca está na mão de suíços, americanos, franceses e alemães, entregaram a organização dos Jogos Olímpicos aos australianos, as suas equipas de futebol a americanos e árabes, o desenvolvimento urbano a qataris e malaios, estão em vias de entregar a sua bolsa aos alemães e, pior do que tudo, nomearam um canadiano para o banco central.

Não, definitivamente não queremos ficar como esse país, o Reino Unido, que fez tudo aquilo, com a sua democracia parlamentar e liberal, que está a equilibrar as contas públicas, tem um PIB per capita PPC quase uma vez e meia o português e cresce regularmente acima da média EU28. Não, não queremos e por isso queremos uma Caixa só para nós e, claro, uma TAP. Os transportes públicos ficam bem entregues à CGTP.

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