Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

04/03/2017

DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (31) - Vice-versa

Outras preces.

«O que é bom para a Caixa é bom para todo o sistema financeiro», escreveu o Económico sobre o que Marcelo terá dito, ou não. Ou não? Sim porque os factos alternativos e a pós-verdade não foram inventados por Trump e muito menos pela sua assessora para a treta Kellyanne Conway.  Como já recordei, Trump é, pelo menos a este respeito, um copycat, um imitador barato das melhores mentes da esquerdalhada que andam nisso desde os anos 20, esforçadamente imitados pela esquerdalhada moderna e pós-moderna.

Mas vamos supor que sim, que o presidente dos Afectos disse também o que escreveram que ele disse (ele diz tanta coisa que, na dúvida, é melhor apostar que sim). Se o disse, considerando que todos os contribuintes são accionistas das empresas públicas e no caso dele, além de accionista, andou a rebolar com grande gáudio na pocilga da Caixa, Marcelo é também um copycat, neste caso de Charles Erwin Wilson, secretário da Defesa de Eisenhower em 1953.

De facto (alternativo), o presidente Marcelo ao dizer «bom para todo o sistema financeiro» tinha certamente implícito que se é «bom para todo o sistema financeiro» é bom para Portugal, e (pós-verdade) vice-versa. Assim, não fez mais do que imitar Wilson, accionista à época da General Motors, e antes disso seu presidente executivo, quando questionado pela comissão de Defesa do Senado sobre os potenciais conflitos de interesse, respondeu com a maior ingenuidade «what was good for the country was good for General Motors and vice versa».

Sem comentários: