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12/04/2017

ARTIGO DEFUNTO: Empregos que dependem de opiniões

Com um pedido de desculpas aos leitores do (Im)pertinências por voltar a chafurdar no tema álcool e mulheres nos quais Dijsselbloem se recusa a gastar dinheiro emprestado (foi isso que literalmente ele disse), tema já bastantemente e bem glosado pelo outro contribuinte, vou continuar o único post que escrevi sobre um aspecto particular desta farsa, a saber: a extraordinária colaboração que vários jornais e jornalistas de causas têm dado à criação do «facto alternativo» «Centeno sondado par substituir Dijsselbloem», como titulou o Expresso na sua primeira página.

Assumo, portanto, que o título e a peça do Expresso onde tudo começou é uma mistificação, para chamar um nome alternativo à mentira com um propósito, neste caso talvez com dois ou três: sujeitar Dijsselbloem a uma humilhação aos olhos dos parolos localizados no rectângulo lusitano, parolos já fascinados com a voz grossa de Costa a insultar o homem, aproveitando para pôr um mais na caderneta de Centeno, elevando-o a candidato ao olimpo bruxelense.

Não foram muitas as vozes que se atreveram a denunciar a mistificação e quase todas foram vozes alinhadas: Marques Mendes (o primeiro), Paulo Rangel (neste artigo frontal), entre outros, dos quais destaco Manuel dos Santos, eurodeputado socialistas que ao jornal i garantiu «é um facto político criado artificialmente. Nunca ouvi falar»,


Apesar de achar extraordinário que vários eurodeputados do PS se tenha prontificado a capear a mistificação, talvez pretendendo dar credibilidade ao subtítulo do Expresso «socialistas europeus procuram nome do sul da Europa», concedo-lhes a benevolência de estarem a defender o emprego. É mais difícil ser benevolente com os jornalistas de causas que em vários jornais acolheram estas estórias da carochinha e as compuseram para alimentar as meninges crédulas dos leitores.

É mais difícil ser benevolente com os jornalistas de causas? Talvez não. Afinal a maioria desses jornalistas de causas também estava a defender o emprego. Talvez o maior problema seja a quantidade de empregos que está dependente de opiniões.

1 comentário:

RioD'oiro disse...

http://fiel-inimigo.blogspot.pt/2017/04/odebrecht-explicando-como-deu-lula-40.html

:)