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28/07/2017

CAMINHO PARA A INSOLVÊNCIA: De como o melhor que pode acontecer ao paraíso prometido aos gregos pelo Syriza é ser um purgatório (LXIV)

Outros purgatórios a caminho dos infernos.

Este é o 64.º post de uma longa série iniciada em Janeiro de 2015 que começava assim: E será um purgatório se o novo governo Syriza-Gregos Independentes retiver apenas a retórica e deixar cair o seu programa. Será um inferno se o não fizer.

Tem sido um purgatório. O governo deixou cair o seu programa e até Tsipras evoluiu para uma retórica diferente: a retórica do social-democrata.

Não surpreende assim que, finalmente pela primeira vez em três anos, a Grécia se tenha financiado no mercado, tendo conseguido colocar três mil milhões de euros a cinco anos com um yield de 4,625% e uma procura superior ao dobro da emissão. O FMI já anunciou um novo empréstimo de 1,6 mil milhões na condição de haver algum haircut (simbólico), a CE/BCE já adiantou parte de uma tranche de 8,5 mil milhões e a CE já recomendou a saída do Procedimento por Défice Excessivo.

O que mostra este caminho seguido pelo governo «revolucionário» Syriza-Anel? O falhanço das políticas esquerdistas que Costa tanto parecia admirar quando por essa altura dizia «Vitória do Syriza é um sinal de mudança que dá força para seguir a mesma linha».

Costa e Tsipras têm assim em comum terem conseguido sobreviver fazendo o contrário do que prometeram e de diferente o facto de se poder ter dúvidas da sinceridade de Tsipras ao dizer ao Guardian «nobody will say we are corrupt or dishonourable or have had our hand in the honey pot» e não se ter dúvidas sobre a falta de sinceridade se a mesma coisa tivesse sido dita por Costa.

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