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19/11/2017

CASE STUDY: Os "ricos" ou o futuro, a escolha socialista

O governo romeno do partido social-democrata (na verdade um partido socialista com a sigla PSD, integrando o Partido Socialista Europeu), para conseguir reduzir os impostos, aumentar os salários funcionários públicos e manter o investimento público sem violar o limite de 3% do défice, optou por reduzir de 5,1% para 3,75% a sua contribuição para os fundos de pensões privados do 2.º pilar, um pilar complementar da segurança social pública. Esta redução da contribuição do Estado estima-se que reduzirá em 20% as pensões futuras de 7 milhões de trabalhadores romenos.

Os fundos privados do 2.º pilar dispõem de activos de 10 mil milhões de euros e entre 2008 e 2016 tiveram rentabilidades anualizadas líquidas de 5,3%. Antes de reduzir a contribuição do Estado o governo tentou tornar opcional a contribuição individual para estes fundos o que levaria muitos dos contribuintes e o Estado a deixarem de descontar. (fonte FT)

Moral da história: para manterem as clientelas felizes, se podem aumentar a carga fiscal da classe média, a que chamam os "ricos", os partidos socialistas fazem-no sem hesitações, umas vezes recorrendo aos impostos directos (como tentou o PS francês de Hollande) outras aos indirectos (como o PS português); se não podem aumentar a carga fiscal, chutam para o futuro as facturas de felicidade presente das clientelas.

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