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29/11/2017

QUEM SÓ TEM UM MARTELO VÊ TODOS OS PROBLEMAS COMO PREGOS: O alívio quantitativo aliviará? (57) Unintended consequences (XVII)

Outras marteladas.

Continuando os exemplos recentes de consequências indesejadas do alívio quantitativo e das taxas de juro nulas ou negativas, acrescentemos a evolução do mercado imobiliário, em particular para habitação:
  • Nos Estados Unidos, as vendas de casas novss aumentaram inesperadamente em Outubro e em especial as vendas de moradias corrigidas da sazonalidade cresceram 18,6% em relação ao mesmo mês do ano passado, atingindo o máximo numa década, isto é voltaram ao seu nível pré-crise financeira que, como se sabe, começou pelo colapso das hipotecas subprime;
  • No Canadá, o banco central emitiu um aviso sobre a falta de rigor na concessão de crédito para compra de habitação que considera uma ameaça à estabilidade; 
  • Em Portugal, o crédito novo para comprar de habitação está a atingir máximos históricos e valor por m2 da avaliação bancária das casas continuou a crescer e em Outubro atingiu o máximo do ano.
Os sinais oriundos dos mercados de capitais também não são tranquilizadores. Nos Estados Unidos, o Fed, prestes a mudar de presidente, muito provavelmente aumentará de novo as taxas em Dezembro. A diferença de taxas para as maturidades de dez anos e dois anos atingiu o mínimo desde Novembro de 2007 (outra vez o ano fatídico) uma situação que geralmente precede uma recessão, embora tal seja muito pouco provável nesta conjuntura.

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